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'Não vivo um segundo sem pensar no Coritiba': confira na íntegra a entrevista de Jairton Rocha à Rede Coxa
Matéria por Gabriel Tassi e Eduardo Alcântara.
A campanha para o Coxa-Branca Jairton Rocha ser indicado ao FIFA Fan Award já contou com a adesão de muitos apoiadores nos últimos dias e tomou as redes sociais da torcida Alviverde. Ele sonha com a indicação ao prêmio da FIFA há muito tempo, e vê na premiação a chance de eternizar sua história de amor ao Coritiba.
O torcedor Coxa-Branca do litoral do estado acompanha o Coritiba deitado em uma maca por conta de uma distrofia muscular que foi diagnostica aos 13 anos de idade. Jairton conversou com a Rede Coxa e falou sobre o sonho da premiação, sua ligação com o clube e histórias nos estádios pelo Brasil. Confira na íntegra a entrevista:
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Entrevista completa com Jairton
Como é a sua relação com o Coritiba e desde quando iniciou essa história de amor?
Eu não vivo um segundo sem pensar no Coritiba, sem ler algo sobre o Coritiba, e isso já me acompanha desde a minha infância. Eu torço para o Coritiba desde meus oito anos de idade, desde que entendo o que é futebol, é uma coisa que eu sei, eu comecei a gostar do Coritiba através do meu saudoso pai, que era Coxa-Branca, eu herdei isso do meu pai.
Então significa muito para mim, o Coritiba para mim é razão de alegria, de emoção e até mesmo de viver. Eu torço para o Coritiba até mesmo quando ele não joga, não entra em campo. Eu não abandono, a torcida nunca abandona, e eu não vou abandonar por mais que o time esteja em má fase.
Você disse que começou a gostar do Coritiba através do seu pai, qual sua maior lembrança ao lado dele que te fez se tornar Coxa-Branca?
Uma lembrança boa que eu tenho lá do meu tempo de infância era ver o meu pai, ele passava os domingos ouvindo o jogo pelo rádio. Essa é a maior lembrança que eu tenho, é ouvir ele aos domingos, ele gostava muito de assistir aos jogos e ele ouvia os jogos do Coritiba no radinho de pilha, e eu ficava ao lado dele ouvindo junto.
Então eu perguntava para ele “Quem é que tá jogando?” e ele dizia “Meu filho, quem está jogando é o Coritiba, o melhor time que tem no Paraná e no Brasil é o Coxa”. E eu sempre ouvia isso, ele na sala ali ouvindo aos jogos em pé, ele ficava em pé ouvindo ao jogo do lado do balcão. Essa é minha grande lembrança de infância, que fez com que eu despertasse o amor pelo Coritiba.
Qual foi o jogo mais marcante do Coritiba que você assistiu no estádio?
O jogo mais marcante que vi na minha vida foi em 2013, foi lá em Itu, no interior de São Paulo, quando o Coritiba jogou com o São Paulo. Era o último jogo e precisávamos ganhar para não cair para a Segunda Divisão, fomos fazer o jogo lá em Itu e eu fui até Itu para assistir. E o Coritiba venceu o jogo por 1 a 0, com gol marcado pelo Luccas Claro, e nós comemoramos muito na arquibancada, porque foi quando escapamos da segunda divisão.
Esse jogo fica até hoje na minha memória, é um jogo muito longe da minha cidade, eu conversei com a minha esposa e disse “viu, vamos para Itu?” e e lá disse “sim, vamos”, ela que sempre me abraçou em tudo, me apoiou em tudo, e eu fui junto com a ajuda dos torcedores, porque a despesa é muito grande, eu não tenho carro próprio, sempre dependo de carro de aplicativo, taxi, caronas, eu falei com um amigo meu que é Coxa-Branca que se chama Perci, então, eu fui lá em Itu e deu certo. Foi um jogo muito emocionante, e esse jogo fica na minha memória até hoje.
Quais as maiores emoções que você já viveu dentro dos estádios?
Outro jogo que me marcou foi aqui, contra o Botafogo no Couto Pereira, na penúltima rodada. O Coxa jogava contra o Botafogo de Seedorf e Jefferson, precisava ganhar do Botafogo e depois venceu o São Paulo em Itu. E eu fui nesse jogo contra o Botafogo, inclusive na véspera do jogo contra o Botafogo, eu fui convocado para ir lá no treino no sábado para passar uma palavra de motivação para os jogadores, e eu fiquei… na época em que me chamaram eu fiquei muito emocionado com isso, porque eu nunca me imaginei no gramado em um treino falando com os atletas. Então eu fui lá, conversei com o pessoal, estava o craque Alex, Vanderlei, Victor Ferraz, e conversei com eles. Participei dos treinos, falei com os atletas e voltei para casa no sábado, e no domingo eu voltei para o jogo. O Coritiba ganhou de de 2 a 1, foi um gol do David de cabeça e outro do Alex.
Quando eu estava saindo do lado de fora do estádio eu encontrei o saudoso nosso ídolo, Dirceu Krüger, e nós estávamos saindo, ele bateu no meu ombro e disse “viu, nós vamos para Itu”. E ele disse isso no modo geral, porque o time ia para Itu, mas eu entendi aquilo como um convite, como se ele me convocou para ir para Itu e eu disse “Tá bom, eu vou”. E isso ficou na minha cabeça como um convite, chegando em casa eu disse para minha esposa que nós temos que ir para Itu, porque o Dirceu falou para mim, foi uma convocação aquilo, e tocou meu coração como se fosse um convite.
Jairton, você sente saudades de ir ao Couto Pereira e aos estádios assistir ao Coritiba?
Olha, está fazendo uma falta danada ir ao estádio, sabe? Me faz muita falta porque a gente estava acostumado a ir ao Couto Pereira e ver os amigos torcedores, ver o time do coração jogando, e isso faz muita falta, poder ver a vibração da torcida, aquela atmosfera bonita, isso tudo faz muita falta. Posso dizer que isso é algo essencial na minha vida, com certeza, e não vejo a hora de voltar ao Couto Pereira para receber esse carinho da torcida e retribuir esse carinho aos torcedores.
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#JairtonNoFIFAFanAward
Por que você acha que merece a indicação ao FIFA Fan Award?
Quero ganhar o FIFA Fan desde que tenho o conhecimento dessa homenagem para os torcedores que têm histórias de amor com o clube. Isso me despertou esse sonho, de vencer, e esse sonho estava contido há alguns anos, só eu e minha família sabíamos, eu sempre ficava sonhando com isso quando dormia e acordava, e nessa semana eu resolvi compartilhar com os amigos, resolvi dividir esse meu sonho para ver o que os torcedores e amigos acham dessa ideia, porque para mim esse reconhecimento seria de muita importância. Eu queria mostrar para todos e dizer ao mundo que o futebol não é só um jogo, eu quero mostrar que o futebol é mais do que um jogo, futebol desperta emoções em milhares de pessoas e torcedores do Brasil e do mundo, sem contar que é um dos melhores caminhos para a inclusão social.
Quão importante está sendo essa movimentação da torcida para você?
Essa movimentação é importante para mim, isso me motiva a levar minha própria vontade de viver esse carinho que recebi durante a semana quando lancei o projeto, não tem como… não existem palavras para agradecer isso, para agradecer o carinho, eu não sei se sou merecedor, mas acredito que é importante. (…) Eu sei que existem muitos torcedores do Coritiba que têm um carinho enorme pela minha pessoa, quando eu chego no estádio eu sou tratado com muito carinho por todas as pessoas, com muita atenção, e isso é uma coisa que não tem dinheiro que pague.
A Rede Coxa está apoiando o Jairton na campanha para a indicação ao FIFA Fan Award e você pode ajudar compartilhando a hashtag #JairtonNoFIFAFanAward nas redes sociais, ajude o Coxa-Branca a conquistar este sonho!