Opinião
As vozes femininas do Couto
É na década de 40 que a história se inicia, perto do recorde alviverde de 7 gols de um jogador, Neno, que Lêda Portugal se apaixonou. A paixão se tornou um amor tão veemente correspondido que sabia que dali nasceria um sentimento que manteria vivo por várias gerações. E assim que aconteceu, de 1940 a meados de 1980, a coxa-branca esteve presente no concreto armado explodindo de emoção com o glorioso. A história se repetiu mais duas gerações depois, de mãe para filha, de mulher para mulher. A representatividade feminina no futebol é hereditária.
Desde o nascimento do Gurias do Couto, é perceptível ver o engajamento da presença feminina nos jogos e até mesmo a segurança que o movimento social trouxe para as torcedoras, possibilitando com que mais histórias como a de Lêda e sua família se repitam, trazendo a mulher ao seu devido lugar.
Além das torcedoras sempre presentes no estádio, outras mulheres são de extrema importância para o coxa, como a jornalista Ana Tereza Motta, a Tetê, narradora da Rádio Coxa que consegue reproduzir todas as emoções dos jogos em suas transmissões, da mesma maneira que Natália Lara, a qual teve a oportunidade de ser primeira mulher a narrar um jogo televisionado do Campeonato Paranaense, pelo DAZN.
Hoje, de acordo com a Pluri Consultoria, estima-se que somos cerca de 41,7% da torcida. Em meio aos cantos do Couto, a voz feminina está presente. A nossa presença é fundamental para o Coritiba e agora, mais do que nunca, é o momento para a reaproximação com o time.
Lugar de mulher é na arquibancada, é na torcida organizada, é no Varandas ou narrando o jogo. Associem-se, mulherada!