Análises

O homem a menos do Coritiba

O Coritiba sofre no Campeonato Brasileiro com uma campanha muito ruim e um trabalho pra lá de fraco do técnico Jorginho.

Além da falta de construção ofensiva, o time, que atua completamente recuado (exceção ao jogo do Palmeiras), vê como uma das peças escolhidas pelo treinador para ser uma das opções de ataque, um jogador completamente aquém de qualquer qualidade técnica e tática para o nível de uma Série A de Campeonato Brasileiro. Trata-se de Gabriel.

Gabriel vem há alguns jogo sendo titular do time e, se já não convenceu no Paranaense, no Brasileirão não preciso citar.

Ele tem a função de atuar pelo lado direito do campo, como um ponta-direita no terço final do campo e um meia-direita em fases de organização ofensiva. Ele, em teoria, deveria ser o jogador a associar com o Natanael e com os homens mais centralizados do meio. Mas, ele não faz nem um nem outro de maneira eficiente.

Analisando o jogo

Reprodução Wyscout.

Percebam na imagem acima que o Giovanni Augusto está com a bola na linha central. Lá na frente, está o Ricardo Oliveira de chuteira amarela e o Gabriel ao lado dele.

Nesse lance, perceba primeiro o buraco entre meio e ataque. Depois, veja que a ideia do Gabriel é correr nas costas da zaga imaginando um passe em profundidade. Porém, ele não leu que um dos defensores já está de corpo alinhado esperando esse passe em profundidade e que o Gio Augusto está buscando o jogo no meio, sem olhar para o ataque. Na sequência do lance, a bola é invertida pro Natanael e o Gabriel volta para preencher a posição próxima ao lateral, mas já é tarde demais e essa bola volta pra trás.

Reprodução Wyscout

Nessa nova imagem, Gabriel tem a posse de bola e começa a puxar o contra-ataque do Coxa. No círculo central, ele tem a opção de tocar em Giovanni Augusto, completamente desmarcado, para que o meia girasse e progredisse ou até mesmo devolvesse a bola ao Gabriel, que continuaria na corrida progressiva ao campo de ataque. Pois bem, ele não tocou a bola. De cabeça baixa, ele decidiu tentar driblar e foi desarmado logo após passar a linha do meio-campo.

“Ah, mas ele deve ser importante no sem bola defensivo, fechando linhas de passes e fazendo bem a pressão pós-perda”, alguns podem argumentar.
Olhe a imagem abaixo.

Reprodução Wyscout

Essa é movimentação sem bola defensiva do Gabriel. Ele é o jogador de frente ao portador da bola. Atrás do jogador do Fortaleza, pressionando, está o Natanael.

Gabriel marca de longe, não dobra a marcação e nem fecha a linha de passe pro meio, onde a bola poderia muito bem passar por ali e chegar ao jogador que está mais próximo ao centro do campo.

O jogador do Fortaleza decide voltar a bola atrás e Gabriel não faz a pressão. Ele ameaça uma corrida e logo desacelera, deixando uma “cercada” bem distante e facilitadora para o jogador do Fortaleza buscar a melhor ação com a bola.

Essa é a tônica de sua recomposição e ajuda defensiva. Marcação “água de vina”, sem intensidade, de longe e muitas vezes desconexa do padrão pretendido pelo treinador, o que gera, constantemente, superioridade numérica do adversário em cima do Natanael.

Enfim, eu comecei a escrever este texto antes do jogo contra o Palmeiras e finalizo ele agora, quarta-feira a noite, depois da vitória no Allianz Parque. Gabriel entrou no segundo tempo no lugar do Yan Sasse e, não fez nada que justificasse eu modificar o texto. Pelo contrário, reforçou tudo que citei acima, tomando as mesmas decisões e fazendo as mesmas ações ineficazes. Com ele em campo, o Coritiba joga com um jogador a menos, afinal, ele não contribui nem ofensivamente e nem defensivamente. Cabe explicações do Jorginho do motivo de suas constantes escolhas pelo Gabriel.

Confira os gols da partida