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Nota de Pesar: Adeus a Manga, Gigante das Traves e Herói do Título de 1978
A Rede Coxa lamenta profundamente o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, o eterno Manga, um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro e mundial. Ídolo de clubes como Botafogo, Internacional, Nacional-URU e da Seleção Brasileira, Manga também escreveu seu nome na história do Coritiba Foot Ball Club com letras maiúsculas — e com luvas.
Em 1978, aos 41 anos, o veterano aceitou o desafio de defender o gol coxa-branca e se tornou um dos protagonistas de uma das grandes conquistas da história do clube: o Campeonato Paranaense de 1978, marcado por partidas inesquecíveis e públicos gigantescos no Estádio Couto Pereira.
Três Atletibas, Uma Cidade Parada — e um Gigante no Gol
Com um elenco experiente, liderado por nomes como Pedro Rocha, Liminha e Manga, o Coritiba enfrentou o Atletico Paranaense em três finais históricas. Todas terminaram empatadas em 0x0, e cerca de 150 mil torcedores lotaram o Couto Pereira ao longo dos confrontos. A decisão do título veio na disputa de pênaltis, diante de mais de 56 mil pessoas.
Ali, sob pressão máxima, brilhou a estrela de Manga. Com frieza, inteligência e uma malandragem digna dos maiores goleiros da história, ele defendeu duas cobranças e viu outra ir para fora, garantindo a vitória alviverde por 4×1 nas penalidades. Uma atuação que selou a conquista do estadual e eternizou seu nome na galeria de ídolos coxas-brancas.
Lenda, Líder e Lúcido até na Hora da Decisão
Conta-se que, antes das penalidades, Manga apostou com o então presidente do clube, Evangelino da Costa Neves, 100 dólares por pênalti defendido. Enquanto os batedores eram escolhidos, ele se sentou ao lado da baliza, pediu gelo e enfaixou um dos joelhos, simulando um machucado, numa tentativa — bem-sucedida — de ludibriar os adversários. E funcionou: os cobradores do rival insistiram em bater para o lado do joelho “machucado”.
Dois ele defendeu. Um foi para fora. E no dia seguinte, cobrou:
“Son trecentos, pressidente! Manguita non defendió porque la pelota se fue para fuera. São trecentas platitas!”
Eterno nas Nossas Memórias
Foram apenas 22 partidas com a camisa alviverde, mas suficientes para fazer história. Manga não foi só um reforço experiente — foi o herói de uma geração. Um símbolo de segurança, coragem e carisma que permanece até hoje nas lembranças de quem viveu aquele 1978 inesquecível.
A Rede Coxa se solidariza com os familiares, amigos e fãs desse ícone do futebol mundial. Descanse em paz, Manga. Obrigado por tudo.