Opinião
BODE EXPIATÓRIO OU DESCASO? A SAÍDA DE RAFINHA E OS ERROS DA SAF
Como abordado no texto “Pão, Circo e Derrota: A Gestão da TREECORP e a Falta de Respeito ao Coritiba“, Rafinha, até então capitão do time do Alto da Glória, viajou à Alemanha sob o pretexto de atender a uma audiência judicial. No entanto, conforme ele próprio afirmou, sem avisar o Coritiba ou sua própria assessoria de imprensa, esteve presente nas festividades dos 125 anos do Bayern de Munique, clube em que foi multicampeão e atuou por vários anos. Durante o evento, participou de um jantar de gala e de um campeonato de “showbol”, onde chegou a marcar gol e atuou ao lado de ex-companheiros como Robben e Ribéry. Enquanto isso, em Curitiba, seus colegas de equipe eram goleados pelo Santos em um amistoso realizado “em casa”.
Em 2023, quando jogava pelo São Paulo, Rafinha também compareceu à comemoração dos 10 anos da Tríplice Coroa do Bayern, mas, naquela ocasião, respeitou um acordo com o clube paulista e não entrou em campo no amistoso festivo.
Desde o anúncio de sua ausência, na última sexta-feira, até sua manifestação nas redes sociais, a torcida Coxa Branca se mobilizou intensamente, e o debate nas redes sociais e em grupos de WhatsApp ganhou força. A derrota humilhante para o Santos intensificou as discussões. Em minha última coluna, tratei do tema com severidade.
A partir da tarde de ontem, circulava o boato de que Rafinha poderia ter seu contrato rescindido com o Coritiba. Embora a medida possa até ter embasamento “legal”, chama a atenção vindo de uma diretoria que “perdoou” e reintegrou Alef Manga em 2024, e que diariamente toma decisões questionáveis — incluindo a organização dos amistosos contra Santos e Botafogo. Este último, inclusive, foi cancelado sem justificativa clara.
No decorrer desta quarta-feira, 19 de março, surgiu a informação de que Coritiba SAF e Rafinha chegaram a um acordo para rescisão amigável. O retorno do “Pia do Couto”, multicampeão por onde passou e detentor de uma mentalidade vencedora, durou apenas dois meses e meio. Mais um fracasso da SAF? (Até o momento da publicação desta coluna, não havia uma confirmação oficial sobre a decisão.)
Não seria a aplicação de uma multa e um pedido público de desculpas para o Club, sua torcida e seus companheiros o suficiente para tratar a questão, encerrar o assunto e manter nosso Capitão conosco?! Para a SAF de Bruno D’Anconna, aparentemente não…
Diante de todos os acontecimentos e dos personagens envolvidos, algumas questões inevitavelmente surgem:
- A SAF estaria utilizando Rafinha como bode expiatório para mascarar seus erros, fracassos e incompetências recorrentes?
- Esse caso estaria sendo usado como cortina de fumaça para desviar o foco da repercussão negativa dos protestos da torcida, concentrando a atenção em um único personagem?
- A SAF estaria transferindo para Rafinha a responsabilidade pelas eliminações vexatórias para Ceilândia-DF e Maringá?
- Rafinha teria percebido a situação caótica do clube e forçado sua saída?
- Complementando a questão anterior: a SAF sabia do evento do Bayern, autorizou sua participação, mas, diante da repercussão inesperada, mudou o discurso e fez um “acordo de cavalheiros” para rescindir o contrato?
Quem pode responder essas perguntas? Rafinha? William Thomas? Jorge Andrade? O Sr. Bruno D’Anconna? Teria entrado em cena o tal “Gerenciador de Crises” da SAF?
Nos últimos dias, também circularam informações de que o executivo William Thomas foi encarregado de enxugar a folha de pagamento do clube, o que explicaria algumas dispensas, empréstimos e negociações em andamento.
- Bianchi foi para o Mirassol,
- Gelado para o Athletic,
- Pomba para o futebol paulista,
- Agora Rafinha, cujo salário certamente não era baixo, também nos deixa.
- Brumado deve ser o próximo a sair, e especula-se que o português Josué também esteja de saída do Coxa.
A meta financeira está sendo atingida e, aparentemente, a TREECORP e D’Anconna estão satisfeitos. Mas e as reposições (de mesmo nível ou melhores), reforços e contratações? Até o momento, nada!
Depois de um início de temporada medíocre, eliminações humilhantes para times pequenos na Copa do Brasil e no Campeonato Paranaense, uma derrota vexatória para o Santos dentro de casa e o cancelamento do amistoso contra o Botafogo, o que nos resta?
A perspectiva para 2025 é que nosso ano — ao contrário do que o Head Esportivo Jorge Andrade disse há menos de uma semana — será de muita luta. Mas luta contra a Série C.
Espero estar errado.
Saudações Alviverdes!