Ricardo Oliveira e Rodrigo Muniz durante os treinos. Fotos: Divulgação/Coritiba
Ricardo Oliveira e Rodrigo Muniz durante os treinos. Fotos: Divulgação/Coritiba

Opinião

Experiência ou juventude?

Com diferentes opções para a posição de centroavante, segue a dúvida de quem deve ser o homem de área titular do Coritiba.

Com a chegada do diretor de futebol Paulo Pelaipe, muitas contratações feitas pela gestão anterior foram reavaliadas, tendo posições específicas totalmente remontadas. A posição de centroavante é uma dessas, com as saídas de Sassá, Igor Jesus e Wanderley, três novas peças chegaram, sendo elas o famoso atacante Ricardo Oliveira (Pastor), o jovem e promissor Rodrigo Muniz e o retorno de Pablo Thomaz, emprestado ao RB Brasil.

Dos três jogadores, apenas Pablo Thomaz – cria da base coxa-branca – não vem sendo aproveitado no time titular, sendo redirecionado para a equipe de aspirantes, deixando assim, o elenco principal com duas opções para uma mesma posição, que por sinal, são muito diferentes entre si.

A dúvida entre qual peça deve ser usada no time titular parece não ser só dentro da comissão técnica, mas também entre a torcida coxa-branca, principalmente depois das chances perdidas pelo Pastor na partida diante do Internacional.

É inegável que Ricardo sempre foi um goleador nato, um excelente jogador dentro e fora das quatro linhas, porém, por mais que o atacante de 40 anos esteja em boa forma, a idade acaba sim pesando durante uma partida de alto desgaste. Já Rodrigo Muniz – jovem da base do Flamengo – tem justamente esse gás que falta ao Pastor, isso obviamente se deve a idade do atacante, que tem apenas 19 anos.

De um lado, um cara super experiente e renomado por onde passou, do outro, um jovem que tem tudo para traçar uma carreira de sucesso, sendo assim, qual dos dois pode se encaixar melhor no elenco do Coritiba?

Bom, avaliando o esquema tático que o treinador Rodrigo Santana costuma adotar, ambos os jogadores podem ser uteis, basta apenas que a equipe que jogará ao lado desses centroavantes tenha noção das características de jogo que cada um deles possui.

Um esquema tático com Ricardo Oliveira presente, ganha muita distração da parte dos zagueiros, já que o Pastor impõe respeito e presença dentro da área adversária, porém, perde muito em velocidade devido a idade do jogador. Para jogar com o Ricardo em campo, é necessário apostar muito mais na rapidez dos outros homens de frente, deixando o centroavante quase isolado no setor ofensivo, evitando que o mesmo tenha que se desgastar para ficar bem posicionado.

Já um esquema tático com Rodrigo Muniz, ganha muita velocidade, principalmente no contra-ataque, além de ser um jogador versátil, que também sabe ajudar defensivamente. Porém, mesmo Muniz conseguindo segurar a zaga adversária, não faz isso tão bem quanto o Pastor, principalmente por seu porte físico. Talvez um bom esquema para jogar com o jovem no ataque, seja justamente priorizar essa recuperação de bola, seguido de um contra-ataque imediato, dessa maneira, aproveitando mais a agilidade do Rodrigo, do que a disputa corporal com os zagueiros.

Uma outra possibilidade é utilizar ambos em um mesmo jogo: começar com o Ricardo é bom para incomodar a zaga adversária, e aproveitar enquanto o restante do elenco ainda está em boas condições. Em seguida, utilizar o Muniz durante a segunda etapa, pode ser útil para não depender apenas da velocidade do restante do time – que provavelmente estará desgastado – além de pegar um setor defensivo adversário que também não estará 100%, não nessa altura da partida.

Enfim, os dois jogadores têm condições de serem titulares na equipe Alviverde, até porque, além deles, é necessário que as escolhas corretas partam também da comissão técnica. Sendo assim, estaremos na torcida para que todos deem o seu melhor dentro de campo, e façam muitos gols representando esse grande clube que é o Coritiba.