Opinião
Fim da pré-temporada
O Coritiba encerrou a sua pré-temporada com um empate frente ao Operário de Ponta Grossa, no Couto Pereira. Mais de 11 mil pessoas estiveram presentes e se decepcionaram com o resultado e principalmente com o desempenho do time no 2º tempo, quando estava com um jogador a mais.
Durante este período de testes, o treinador Eduardo Barroca utilizou tanto os treinamentos quanto os quatro jogos iniciais do Campeonato Estadual para avaliar aspectos coletivos e valores individuais do elenco coxa-branca. Foram utilizados 22 jogadores e tivemos oito estreias.
Do ponto de vista coletivo, o que mais chamou a atenção foi a postura em campo. Diferente de anos anteriores, o Coritiba de Eduardo Barroca toma as iniciativas da partida, controla as ações e não se retrai. Quando não esta com a bola, a cada jogo mostra evolução na intensidade em buscar a rápida recuperação da posse. Além disso, é um time que tem sido seguro quando atacado.
Entretanto, variando entre os esquemas 4-1-4-1 e 3-4-3, o Coxa não consegue ainda transformar este controle do jogo em chances reais de gol. Credito esta falha mais ao baixo desempenho individual de alguns atletas do que ao esquema em si. Outra questão que merece um aprimoramento e que culminará em uma posse menos estéril é a variação entre jogadas pelas pontas e pelo meio. Sem um meio campo criador e com laterais fracos, os pontas ficam sobrecarregados e bem marcados.
Já olhando para as peças individuais do elenco, podemos tirar algumas conclusões. Jogadores como Lucas Ramon, Thiago Lopes, Wellissol, Caetano (como lateral) e Nathan não apresentam condições técnicas de serem titulares no decorrer da temporada. Serão importantes em algum momento de reposição emergencial, mas o treinador não pode ficar refém destes jogadores. Em contrapartida, outros se mostram úteis e com condições de evolução: Gabriel, Rodolfo Filemon, Renê Júnior, William Matheus, Robson e Igor Jesus vão brigar por vagas no time titular. Todos estes mostraram qualidade em algum momento dos testes, mas não podem ser vistos como titulares absolutos pro ano de 2020. Os destaques positivos são Sabino, Rhodolfo, Matheus Sales, Galdezani e principalmente Rafinha. Nestes vejo titulares com potencial de fazerem um ótimo ano pelo Coxa. Wilson e Muralha foram pouco exigidos, e ainda considero que está cedo para uma definição da titularidade na posição de goleiro.
Mantendo a invencibilidade de 17 jogos, Eduardo Barroca agora terá que definir uma linha mais estreita de trabalho com o time titular. Tanto o entrosamento quanto o ritmo de jogo pesarão na evolução tática e individual dos atletas. Iniciaremos o mês de fevereiro com uma análise bastante detalhada do elenco, por parte da comissão técnica e da diretoria. Chegando jogadores para as posições mais carentes, tendo o retorno de atletas lesionados e seguindo a linha de trabalho do treinador, confio num Coxa mais forte e mais preparado para a estreia na Copa do Brasil e para o início do Brasileirão. Tivemos um mês de janeiro intenso e muito bem aproveitado, como há anos não se via no clube.