Opinião

#Gabrieterno

Quem já separou uns minutinhos para ler minhas colunas sabe que eu procuro mexer com o sentimento da torcida, não gosto de escrever por escrever, sempre aguardo o tsunami de ideias vir para colocar em palavras. Dessa vez será um pouquinho diferente: meus sentimentos estão à flor da pele e preciso desse espaço aqui para desabafar.

Nesse final de semana, a vida se tratou de encerrar o ciclo para um amigo daqueles que eu chamo de irmão. Amigo que frequenta sua casa, chama seus pais de tio e abre a geladeira sem pedir permissão. Gabriel era desses. De riso frouxo, camisa do Coxa e seu violão sempre à postos, pronto para alegrar a ocasião. O domingo dele foi quase (se não fosse a derrota para Atlético GO) perfeito. Acordou cedo e se colocou rumo ao Major, do jeito que ele sempre gostou, mas só virou sócio recentemente. Com muito suor, competente que era, conseguiu um lugar no camarote 3 do Protork. Ele estava nos céus naquele espaço cercado de gente que lhe queria bem. Marcou um futebol para noite, 20:30. Tratou logo de escalar o time e OBRIGAR todos a irem de camisa 1 do nosso Verdão para jogar contra outro time de amigos dele. Alguns atleticanos prontamente se recusaram, mas demos um jeito para que a maioria tivesse com a camisa que ele pediu, ninguém aguentava o Gabri irritado, então era melhor concordar. O futebol que não acabou. Gabri teve uma parada cardíaca enquanto fazia o que ele mais amava. O tudo que fizemos não foi suficiente. O menino com a saúde em dia e amante das atividades físicas foi chamado para bater uma bola no time do Seu Dirceu Kruger. E hoje está brilhando mais que nossa estrela dourada no nosso escudo.

Gabri, me faltam palavras e sobram lágrimas para passar para toda essa gente que me lê, o quanto você era especial. Tio Paulo e Tia Sueli, seu filho era incrível. Gui e Lolo, seu irmão era fantástico. Hoje, 24 horas depois, já me sobram saudades. Logo estaremos juntos jogando a pelada que você marcou e torcendo para o nosso Coritiba, que, aliás, sua mãe já profetizou que subiremos por você. E como uma das músicas que você mais gostava de cantar para gente diz: a vida é trem bala parceiro, e a gente é só passageiros prestes a partir. Te amo, meu irmão! Vá em paz.