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O (tão aguardado) fim da era Louzer

Após longos 209 dias, Umberto Louzer deixa o comando técnico coxa-branca. Ao todo, foram 13 vitórias, 9 empates e 8 derrotas, resultando em um aproveitamento de 53,3% e deixando o Coritiba na 8ª posição da tabela da Série B.

A vergonhosa derrota sofrida diante do CRB demonstrou e resumiu o ano de 2019 do clube. Uma equipe claramente desorganizada e sem um padrão tático definido. Um treinador que veio com o discurso de montar uma equipe ofensiva e que “propõe o jogo”, mas que na prática, retrancou e acovardou o Coritiba. A derrota para o Londrina é a mais clara evidência da pobreza tática e emocional do time. Com um jogador a mais desde os 16 minutos da etapa final e com uma vitória magra no placar, a equipe abdicou de buscar o segundo gol para matar a partida e preferiu administrar o resultado. A falta de ousadia e objetividade – essenciais para um time do tamanho do Coritiba, ainda mais disputando uma Série B contra adversários historicamente inferiores – somada às falhas individuais resultaram em uma frustrante derrota no interior do estado.

A pausa durante a Copa América chegou a surtir certo efeito. As dez partidas invictas deram a impressão de um acesso sem muitas dificuldades, mas após o empate em casa com o Vitória na 19ª rodada – a última boa atuação da equipe coxa-branca –, as coisas desandaram completamente. Nas quatro rodadas do returno, quatro derrotas. Resultados que tiraram a vice-liderança e estacionaram o Coritiba na 8ª posição. Simplesmente vergonhoso.

Analisando-se a série de dez partidas sem derrotas, uma coisa é clara: o bom e velho ditado “mais sorte que juízo” foi eficaz no Alto da Glória. Antes, vamos relembrar os resultados conquistados no melhor momento do clube em 2019: 

Coritiba 2 x 1 São Bento

Coritiba 2 x 0 Vila Nova

Operário 1 x 1 Coritiba

Coritiba 3 x 2 Botafogo/SP

Sport 1 x 1 Coritiba

Coritiba 2 x 0 Figueirense

Coritiba 2 x 0 Brasil de Pelotas

Oeste 0 x 2 Coritiba

Bragantino 1 x 1 Coritiba

Coritiba 1 x 1 Vitória

Apesar do ótimo momento coxa-branca, os dez jogos de invencibilidade demonstraram a carência técnica da equipe. Dos 17 gols marcados, 7 foram originados por jogadas de bola parada. Ao se analisar os demais gols, é difícil encontrar um gol “taticamente bonito e bem construído”. Na vitória sobre o São Bento, o emblemático gol da virada alviverde foi marcado por Rafinha, em uma bela finalização aos 36 minutos da segunda etapa. Uma vitória conquistada na raça de um ídolo que atuou lesionado por conta da impossibilidade de substituição. 

No triunfo sobre o Botafogo/SP, o Coritiba começou a partida com uma intensidade raramente vista e logo abriu dois gols de vantagem no placar. Mas o espírito “Louzer” – ou seria Loser? – deu as caras, a equipe se retraiu e sofreu o empate ainda no primeiro tempo. A vitória veio graças ao gol de placa de Juan Alano, que puxou o contra-ataque, tabelou com Rodrigão e finalizou com classe, encobrindo o goleiro adversário. Um belo gol – tecnicamente belo –, mas sem grandes novidades táticas.

A tranquila vitória fora de casa sobre o Oeste foi, além de justa, uma bela surpresa. Afinal, estamos acostumados com tropeços do Coritiba para equipes do fundo da tabela. Contudo, a clara fragilidade da equipe paulista nos concedeu os três pontos, com gol de Rodrigão após cruzamento de William Matheus – sim, assistência do William Matheus! – e uma ótima jogada coletiva que resultou em uma pintura de Juan Alano, talvez o gol mais bonito e melhor trabalhado da equipe coxa-branca em 2019. Sabino arrancou e tocou para Robson na esquerda, que contou com o corta-luz de Giovanni para entregar a bola para Juan Alano. O meia ajeitou e mandou a bomba no ângulo. Indefensável.

Contra o líder Bragantino, o Coritiba teve a partida mais difícil do campeonato, diante de um adversário bem montado e organizado. A equipe coxa-branca foi para os vestiários com uma derrota simples e logo no início da etapa complementar, viu o adversário perder um jogador por expulsão. Mais uma vez, a fragilidade e falta de criatividade do Coritiba foram expostas. Apesar de ter conseguido o gol de empate, o time de Umberto Louzer não foi capaz de virar o placar sobre o Bragantino, que se retraiu durante todo o restante do 2º tempo para segurar o resultado.

Com o anúncio da demissão de Umberto Louzer, fica o questionamento: quem será o milagreiro? Se o acesso não vier em 2019, dificilmente virá nos anos seguintes. A situação é vergonhosa. A nossa história foi manchada por uma gestão amadora e incompetente. Um diretor de futebol carrasco falhou em sua simples missão de superar equipes sem tradição no futebol brasileiro e com portes financeiros inferiores ao do Coritiba. O Coxa é gigante, mas as últimas gestões o transformaram em uma equipe mediana. O Alto da Glória vive dias sombrios. Luz no fim do túnel? Hoje, não dá pra ver. O Coritiba Foot Ball Club, um time de quase 110 anos de história, encontra-se no fundo do poço. Enquanto a gestão Samir/Pastana perdurar, de lá não sairemos.

 

Saudações Alviverdes e #ForaSamir, #ForaPastana e #AtéNuncaMaisLouzer!

 

Renan Y. – InstaCoritiba.