Especial
Dois anos do último adeus
Despedida do maior ídolo do Coritiba, Dirceu Krüger
Há exatos dois anos, o Couto Pereira transbordava de sentimento e emoção: era hora de se despedir de Dirceu Krüger, o Flecha Loira. Ídolo que viveu o Coritiba por quase 54 anos. Nesse jogo contra a Ponte Preta, tudo que importava era fazer a maior homenagem para o maior Coxa-Branca.
O objetivo foi cumprido. O Coritiba fez dois gols, o autor de ambos foi Rodrigão. Mais de 31 mil torcedores pulsando pelo Coritiba, fazendo o concreto armado do Alto da Glória sacudir. A Ponte tentou chegar, mas o jogo era dele, Dirceu, e não podia ser outro resultado. 2×0 para o Verdão.
Krüger costumava passar horas no Couto, agradava os funcionários, conversava com os jogadores e fazia questão de atender todos os torcedores que o paravam pelo estádio. Chegou a errar a data do jogo do Coxa e, de tanta ansiedade, foi um dia antes para assistir a partida. Ele ia para o Couto bem mais cedo, não importava a fase ou a competição.
Foram 252 partidas, um Torneio do Povo, sete títulos paranaenses e um troféu que levava o seu nome. Dirceu jogava com raça, não é à toa que, em 1970, precisou passar por cirurgia após ter o intestino perfurado chocando com um adversário. Foi jogador, treinador, técnico auxiliar, coordenava a base, funcionário administrativo e vovô de muitos torcedores. Recebeu a maior homenagem quando ainda estava vivo, a estátua de bronze na frente do Couto, idealizada pelos torcedores.
A despedida foi há dois anos, mas sempre estará presente e será lembrado pelo Coritiba. O maior Coxa-Branca de todos os tempos.