Opinião
Qual erro cometemos com nossa base?
Hoje vi a estatística de quantos jogadores revelados por nós jogariam a edição 19/20 da Champions League e, como noticiado aqui pela Rede Coxa, são 3: Matheus Cunha, Dodo e Marlos. Dentro desse contexto, comecei a fazer um exercício mental e convido você, leitor, a fazer o mesmo. Quão bom está nosso trabalho de base?
Quem vem acompanhando os jogos do Matheus Cunha pelo RB Leipzig e pela Seleção Olímpica deve compartilhar da minha tristeza em saber que ele nunca fez uma partida com o nosso time principal, e foi negociado por migalhas (o valor de mercado dele na época era de 1,5 milhão de Euros) ao Sion, esse valor seria destinado para a compra do Matheus Galdezani, que havia feito alguns jogos bons em 2017 (valor o qual devemos ainda uma parte). Vale sim dar nome aos bois e apontar que o responsável por essa negociação foi Ernesto Pedroso, na época, diretor da diretoria presidida por Rogério Bacellar. E não, Matheus não foi uma aposta do clube Suiço que deu certo. Ele já havia sido convocado por seleções de base e fazia muito gol nos elencos juniores do Coxa. Já no Sion, foi artilheiro do campeonato e logo despertou interesse do RB, que pagou R$66 milhões por ele. Vale-se destacar que, essa mesma diretoria, negociou Guth ao Atalanta, por R$2,6 milhões, também sem fazer jogo algum pelo time profissional.
No último jogo, tivemos duas falhas cruciais provenientes de atletas da base, os quais sempre tiveram potencial nas equipes juniores. Lembrando que o time que chegou até a final do Brasileiro sub 20 comandado pelo Sandro Forner em 2017, contava com Thalisson, Romercio, Vitor Carvalho, Rusch, Matheus Bueno e outros que acabaram não vingando no time de cima. Entre eles, o que mais me chama atenção é o Matheus Bueno, que sempre teve ótimo desempenho quando precisou dele no time profissional e depois de uma falha em conjunto com o Wilson, não teve mais chances. Muitos boatos sobre o “desaparecimento” do Bueno circulam por aí, inclusive, neste jogo contra o Londrina, penso que seria a melhor opção para o segundo tempo, mas mesmo muito desfalcado, ele seguiu sem oportunidades. Será que nos precipitamos colocando esses jovens em campo ano passado, em um time totalmente bagunçado, aguardando um retorno imediato? Será que, quando um deles saírem, não ficaremos nos remoendo, como acontece até hoje quando Zé Rafael desponta em grandes clubes do Brasil? Não me interprete mal, não estou dizendo que a culpa é da torcida em fazer pressão, mas sim de quem os escalou em um momento tão conturbado. Pode ser que eles sejam isso aí que vemos ultimamente mesmo, pode ser que nunca despontem e acabem como o Mosquito, largado em clube de terceiro escalão da série B por culpa dele mesmo.
Hoje, em nossa base, temos uma joia: Yan Couto. Titular absoluto da Seleção sub 17, sempre jogou em categorias acima da idade dele na nossa base. Lateral direito de origem e também joga nas pontas. Qual a hora certa de lançar no time principal? O que falta para ele estar pronto? Nos comportamos como clube formador e não temos aproveitado. Espero que novos Matheus Cunhas, Yans, Mirandas e Rafinhas surjam no Alto da Glória e possam dar alegria pro nosso povo e depois ganhar o mundo.