Coritiba
Divulgação/Coritiba

Análises

Derrota por problemas e oscilações recorrentes do Coritiba; veja pontos do revés no Couto Pereira

O Coritiba é o time a ser batido na Série B e isso é um fato inegável. Com exclusividade da derrota contra o CSA, os comandados de Gustavo Morínigo custam a “vender” a derrota por um alto preço nas ocasiões que elas ocorrem. Na partida contra o Botafogo não foi diferente. O time teve uma passividade maior do que a comum, porém, existem alguns pontos sobre a partida que devem ser levantados e observados.

+ Veja como foi a partida!

Coritiba de Gustavo Morínigo

Há um bom tempo o torcedor Coxa-Branca não decorava a escalação inicial do Coritiba e não conhecia a fundo aqueles jogadores que são os pilares do time principal. Em todos os momentos da Série B em que o Coritiba sofreu com derrotas, tem-se claramente uma observação direta sobre algum jogador que não foi bem e isso acabou levando o time a um desempenho abaixo do esperado.

+ Siga a Rede Coxa no Twitter!

Na partida contra o Botafogo, Robinho e Val acabaram por serem aqueles jogadores que se esperava um alto desempenho, mas por conta de uma atuação abaixo, o time não rendeu como o esperado. Val mesmo atuando como segundo volante e na segunda linha de meio de campo, acabou por participar menos das jogadas ofensivas e em suas subidas ao ataque, não conseguiu imprimir efetividade. Morínigo foi questionado sobre a “Valdependência” e declarou: “Acredito que como todos os jogadores, o Val foi um dos que mais correu em todo tempo tentando e não podemos culpá-lo por tentar.”

Val na partida:

  • 83 minutos jogados;
  • 15 perdas de posse de bola;
  • 1 falta;
  • 2 desarmes;
  • 2 finalizações (1 em gol);
  • 78% dos passes certos (39 ao total);
  • 50% das bolas longas acertadas (8 ao total).

(Dados: SofaScore)

Robinho, como Val, não desempenhou boa partida e por isso os extremos – Waguininho e Igor Paixão – não conseguiram seguir as jogadas a partir de lances iniciados por Robinho. Léo Gamalho é outro exemplo de uma dependência do bom futebol de Robinho – na noite desta sexta-feira (27), o camisa 9 praticamente não participou do jogo e sofreu com bolas longas e poucos efetivas durante todo a partida.

Robinho na partida:

  • 69 minutos jogados;
  • 83% dos passes certos (31 ao total);
  • 6 passes decisivos;
  • 2 cruzamentos certos (7 ao total);
  • Nenhuma finalização ao gol;
  • 18 perdas de posse de bola

(Dados: SofaScore)

Cautela excessiva resultando em perda de estilo de jogo

O Coritiba atua com um time que se resume na formação 4-2-1-3, com Biro e Natanael nas laterais, Henrique e Castán de zagueiros, Val e Willian Farias como volantes, Robinho como camisa 10 e Igor Paixão, Waguininho e Léo Gamalho como atacantes. Visto a grosso modo, essa é a base que o Coritiba entra em campo para as partidas da Série B. Mas aqui vale uma análise sobre reposições de peças para diferentes jogadas.

Diferentemente dos outros times da Série B e tantos outros da Série A, o Coritiba de Gustavo Morínigo atua em poucos momentos recuando Willian Farias para atuar como um terceiro zagueiro quando ocorre aquelas famosas “subidas para o ataque” dos laterais. Na partida contra o Botafogo, a cautela foi tamanha desde o inicio de jogo que o time continuava organizado, porém, quase que irreconhecível. Willian Farias e Val deixavam de fazer a cobertura dos laterais – ainda com o apoio dos extremos – para se dedicarem apenas nas coberturas da segunda linha de defesa e isso fazia com que o Coxa se defendesse com 6 ou 7 jogadores o tempo todo. Resultado disso: Botafogo pressionando com marcação alta e o Coxa recuado em boa parte da partida.

No segundo tempo o Coxa ganhou campo e igualou as oportunidades, mas em poucos momentos Willian Farias chegou no campo de ataque. Mesmo sendo o 1º volante, nas melhores partida do Coxa, Farias se fazia presente com passes e articulações no campo de ataque. Resultado disso é um mapa de calor em sua maioria no campo defensivo.

Mapa de calor
Mapa de calor de Willian Farias na partida. Predominando na defesa e com poucas subidas para o ataque. (SofaScore)

Inexperiência nada extraordinária e mudanças sem efeitos

Guilherme Biro falhou no primeiro gol do Botafogo. Não há como questionar isso. Mas desde a partida contra o Vila Nova, no primeiro turno da Série B, quando Biro assumiu a titularidade, o Coxa subiu muito de produção e Guilherme Biro cresceu como jogador de maneira estrondosa. O primeiro gol foi uma falha reconhecível e que deve ser apontada – o próprio Gustavo Morínigo apontou a desatenção do primeiro gol e deve ser mais um daqueles erros que serão aprimorados para os próximos jogos.

Morínigo demorou para entender a postura do time de Enderson Moreira e isso custou a derrota para o Coritiba. Rafinha, Igor, Guilherme Azevedo e Romário não foram eficazes na partida. Todos os jogadores entram em campo no segundo tempo e não contribuíram para a mudança de postura do Coxa na partida. As mudanças não surgiram efeito no jogo.

Em último ponto, pode-se valorizar a partida de Waguininho e Igor Paixão, ambos foram aqueles que mais tentaram nos dois tempos e a crescente dos atacantes é algo notável. Waguininho quase marcou de perna esquerda no primeiro tempo e Igor Paixão quase deixou o dele fora da área na segunda etapa. No contexto geral, boa partida de ambos.

Como o trabalho segue, os acertos devem vir ao natural na sequencia da Série B. O próximo confronto do Coritiba será na quarta-feira (01), às 21h30, fora de casa, contra o Londrina.

Tags

Comentários

  • Terence

    Excelente matéria. Acrescento apenas um item: o fato de toda a bola de saída do goleiro não “ser” “chutão” pra frente facilita para o time adversário. Deve ser mesclado para que não haja pressão em toda saída de bola, como se fosse jogada ensaiada mas “já manjada”. Um “sinal” do goleiro poderia deslocar alguém no ataque pra se preparar pra receber uma “bola surpresa”.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.