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Conheça o tatuador oficial dos craques do Coritiba

Quem acompanha as redes sociais dos jogadores e ex-jogadores do Coritiba tem percebido, desde 2020, a aparição de um rosto bem comum. Um tatuador da cidade começou a se tornar o “queridinho” do elenco do Verdão e tem despertado a curiosidade das pessoas, mas afinal quem é o novo tatuador “oficial” do elenco Coxa?

Jhonathan Bomfim dos Santos, mais conhecido como Jhow Santos Tattoo, tem 26 anos e tatua há mais ou menos 5 anos. Nascido em Curitiba, mas criado em uma cidade do interior do estado chamada Tunas do Paraná, Jhow sempre gostou muito de desenhar e costumava brincar de tatuar os colegas na época de escola. Nos tempos livres, seu pai sempre dava um jeitinho de vir para Curitiba para assistir aos jogos de futebol nos estádios da cidade.

No final da adolescência, buscou fazer faculdade, mas não era essa a sua vocação: “meus pais são professores, então sempre me incentivaram muito a estudar. Tentei fazer faculdade, mas não era o que eu realmente queria pra minha vida”. Após 6 meses decidiu seguir o rumo que gostaria, “em um domingo sentado com meus pais falei: ‘eu preciso fazer alguma coisa, eu quero ter uma profissão, quero ter meu próprio negócio’. Minha mãe logo me respondeu: ‘Você sempre gostou de desenhar, seus cadernos da escola eram mais desenhos do que qualquer coisa, aqui na nossa cidade não tem tatuador, seria uma opção para abrir seu próprio negócio’.” Ele ficou surpreso com a ideia da mãe, porque veio de uma família que não concordava com tatuagens, mas ao mesmo tempo se animou e passou a buscar cursos e a se especializar na área.

Jhow começou a tatuar em um quarto na casa dos pais, “não tinha maca, não tinha cadeira confortável para os meus clientes. Eu pegava as cadeiras da cozinha da minha casa, e apoiava o braço dos clientes em uma passadeira de roupas da minha mãe. Acredite, um dia um cliente me pediu uma escrita no pescoço e ele ficou com a cabeça apoiada na passadeira de roupas até que eu tatuasse.”, relembrou com bom humor.

Jhow no início de sua carreira, tatuando em cima da passadeira de sua mãe.

Por ser uma cidade pequena, Jhow entendeu que ali não daria para se manter e surgiu a oportunidade de se mudar para Curitiba: “conheci a minha esposa e ela me apoiou muito, sempre me ajudou. Ela estava formada em enfermagem, porém na cidade não tinha emprego na área, então conseguiu um trabalho em Campo Largo e me disse: ‘olha o que eu vou ganhar dá pra gente se virar por enquanto até você achar um trabalho ou começar a tatuar bastante’.” e foi assim que começou a sua carreira como tatuador na capital.

Porém, dois meses depois, sua esposa descobriu que estava grávida e isso preocupou o tatuador, que arranjou um emprego como auxiliar administrativo para complementar a renda e conseguir sustentar a criança, mas isso não fez com que ele desistisse de tatuar. “Eu segui trabalhando e conciliando com a tatuagem por três anos. Trabalhava o dia todo, a noite tatuava e sempre estudando, me aperfeiçoando, com sede de ser cada dia melhor”.

Durante essa trajetória, Jhow conheceu um barbeiro e passou a cortar o cabelo sempre com ele. Durante suas conversas, contou a sua história de vida e a sua luta para conseguir crescer na profissão, “esse barbeiro atendia muitos jogadores de futebol e, depois de ouvir tudo, disse que iria conseguir clientes pra mim”. Uma semana depois, dois jogadores do Paraná Clube procuraram por suas tatuagens.

E assim tudo começou, sem estudo, sem maleta, apenas com um “pote” grande e os materiais que conseguiu comprar, Jhow foi conquistando os jogadores e cada vez mais ganhando clientes no futebol.

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No Coritiba, Sassá foi seu primeiro cliente, “ele me chamou no Instagram e disse que era pra ir até a casa dele que tinha muitas tatuagens pra fazer! No primeiro dia tatuei quase toda a sua família, na semana seguinte voltei pra tatuar ele e fiz 7 de uma vez só”, relembra.

Jhow e Sassá

Logo em seguida a lista de jogadores e ex-jogadores do Coxa cresceu. Jhow já tatuou o ex-Coxa Dudu Figueiredo, que atualmente joga na Arábia Saudita, Rafael Silva, que está na China, Pablo Thomaz, Dalberto, o piá da base João Vitor, Igor Paixão, Bochecha, Alef Manga, Hugo Moura, Matheus Sales, William Totó, Pablo García, Clayton e Neilton.

Uma das tatuagens mais marcantes, foi a do Piá do Couto João Vitor, que homenageou seu avô quando fez o primeiro gol como profissional: “tive o prazer de passar todo o sentimento pra pele dele, toda a família me mandou mensagem e ele mesmo me falou que a avó, hoje viúva, se emocionou ao ver o retrato tatuado na pele do neto”.

E a relação com seus clientes não fica apenas durante os atendimentos, também tem muita cornetada e profecia: “sempre mando mensagem de apoio, de boa sorte e até mesmo já profetizei que iria fazer gols e aconteceu”, pouco antes do Athletiba, na semifinal do Campeonato Paranaense, Jhow conversou com Alef Manga e profetizou o gol do atacante.

Além disso, o tatuador esteve presente durante a celebração do título estadual do Verdão, junto com Neilton.

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Sua trajetória é repleta de humildade e gratidão por tudo que está acontecendo: “já sonhei em ser jogador de futebol, sempre fui apaixonado pelo esporte, então é muito prazeroso estar no meio deles. Não me considero melhor do que ninguém, apenas faço o meu trabalho com amor e dedicação”.

Atualmente, Jhow Santos está com cerca de 10 mil seguidores nas redes sociais, vem tatuando cada vez mais os craques do futebol e eternizando em suas peles o seu lindo trabalho.